Roberto Moraes Cruz 2
Romilda Guilland 3
Patrícia Dalagasperina 4
Riscos psicossociais no trabalho são categoria emergente de riscos ocupacionais (ORGANIZACIÓN INTERNACIONAL DEL TRABAJO, 2013), cuja avaliação cada vez mais é salientada na literatura internacional. São definidos como aspectos do gerenciamento do trabalho, bem como do ambiente organizacional e social, com impacto para causar dano físico e psicológico aos trabalhadores (LEKA; JAIN, 2010). Cada vez mais, legislações internacionais e inclusive brasileiras enfatizam necessidade da avaliação destes riscos no contexto do trabalho, para gerenciamento de saúde ocupacional; contudo, há diversidade de métodos, falta de consenso e clareza e confusão sobre como realizar esta avaliação. O objetivo desta revisão foi de investigar características metodológicas dos instrumentos de avaliação de riscos psicossociais no trabalho. Foi conduzida uma revisão integrativa de literatura nas bases Scopus, Web of Science e PsycINFO. Foram coletados 2048 artigos, e através da exclusão de artigos segundo critérios definidos pelo protocolo PRISMA, chegou-se a 12 artigos para a revisão (AROMATARIS et al., 2015). Constatou-se que os métodos de avaliação mais utilizados são as medidas subjetivas, por questionários de autorrelato, pela facilidade, praticidade e baixo custo; porém, há cada vez mais incentivos a mensuração por medidas objetivas, que envolvem mais recursos, porém evidenciam resultados mais qualificados para subsidiar estratégias de gerenciamento de riscos e promoção de saúde ocupacional. Há críticas a medidas subjetivas, pelo enfoque excessivo na percepção do trabalhador, em detrimento a aspectos objetivos do ambiente ocupacional. A confusão entre avaliar riscos e estresse persiste, sem necessariamente diferenciar agente de risco de efeito da exposição. Ainda que os instrumentos contenham altos índices de precisão, encontra-se divergências entre estes, e há pouca clareza sobre quais agentes de risco são considerados riscos psicossociais (KOP et al., 2016), e quais são provenientes do ambiente ocupacional. Dos instrumentos mais utilizados, o
Copenhagen Psychosocial Questionnaire é descrito como sendo o mais abrangente, com mais foco para subsidiar práticas de saúde ocupacional. Ressalta-se a importância de amparo legal para fortalecer a necessidade de se avaliar riscos psicossociais, sendo a Europa referencial neste aspecto.
Referências
AROMATARIS, Edoardo et al. Summarizing systematic reviews: Methodological development, conduct and reporting of an umbrella review approach.
International Journal of Evidence-Based Healthcare, [s. l.], v. 13, n. 3, p. 132–140, 2015
KOP, Jean-Luc et al. Systematic comparative content analysis of 17 psychosocial work environment questionnaires using a new taxonomy.
International Journal of Occupational & Environmental Health, [s. l.], v. 22, n. 2, p. 128–141, 2016. Disponível em: http://10.0.4.56/10773525.2016.1185214%5Cnhttp://login.ezproxy.lib.vt.edu/login?url=http://search.ebscohost.com/login.aspx?direct=true&db=ega&AN=116793117&scope=site
LEKA, Stavroula; JAIN, Aditya.
Health impact of psychosocial hazards at work: an overview. [s.l.] : WHO Library, 2010. Disponível em: http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/cbdv.200490137/abstract%5Cnhttp://apps.who.int/iris/handle/10665/44428
ORGANIZACIÓN INTERNACIONAL DEL TRABAJO. La organización del trabajo y los riesgos psicosociales: una mirada de género. [s. l.], v. 3, p. 8, 2013. Disponível em: www.oit.or.cr
1 Bolsista CAPES-DS desde outubro/2017.Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC
2 UFSC
3 Tribunal de Justiça do Estado do Paraná – PR
4 UFSC