Finanças É Coisa de Criança – Educação Financeira Não É Gestão de Mesada, um Novo Caminho para a Sustentabilidade Econômica

Ana Paula Mariano Pregardier

Educação Financeira é mais que dinheiro, é a consciência responsável de como gerir a si e ao ambiente de forma funcional, que permite ao indivíduo manipular os meios disponíveis de forma a permitir sua autorrealização. O problema de pesquisa delimitado é: como os pais podem ensinar educação financeira para seus filhos sem precisar utilizar a ferramenta da mesada? O objetivo da pesquisa foi abordar um caminho de educação financeira para crianças que não necessite a utilização da mesada como ferramenta.

A pesquisa contou com três etapas: 1) fase documental – livros e reportagens sobre como trabalhar educação financeira com crianças, 2) fase bibliográfica – referente à episteme do conceito, e 3) fase exploratória – realizada em Dezembro de 2013, com 126 pais de crianças entre 06 e 12 anos, por meio de questionários estruturados. A educação financeira para crianças é tema de debate e atuação de entidades públicas e privadas e conta com muitos especialistas falando sobre o tema, no entanto a linha geral de atuação é centrada no dinheiro e na gestão da mesada que trás o dinheiro como protagonista responsável pelo sucesso ou insucesso do indivíduo.  Essa visão é aliena ao homem, parte da lógica onde o dinheiro é o fim primordial e a causa fundamental da sustentabilidade econômica. No entanto o dinheiro é apenas um meio para o ser humano e não o fim. A palavra finanças (lat. finântia), significa "a definição amigável de uma controvérsia”. Assim falar Educação Financeira não deveria representar apenas dinheiro, mas sim falar das formas amigáveis, úteis e funcionais de resolver uma situação. 

De acordo com a pesquisa 72% dos pais consideram importante a criança aprender sobre: 1) Meritocracia - que o dinheiro é fruto de trabalho e empenho, 2)  Hierarquia de necessidades - a diferença entre querer e precisar, e 3) Uso consciente dos recursos economizar é importante para o futuro. Assim, a partir destes dados e da etimologia do tema, as ferramentas propostas para trabalhar a educação financeira com crianças não devem apenas falar sobre mesada, mas abordar questões que estimulem a capacidade de escolha consciente e responsável, possibilitando que esta seja função ao individuo que pode gerir/mediar os recursos transcendendo à questão restrita ao dinheiro e contribuindo com o exercício da capacidade de escolha otimal e do uso dos recursos como meio para a sua autorrealização.

Referências bibliográficas
Fromm, E. Avere o essere?30. ed. Itália: Oscar Mondadori, 2010.
Lent, R. Neurociência da mente e do comportamento. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.
Meneghetti, A. Manual de ontopsicologia. 4. ed. Recanto Maestro: Ontopsicologica Editora Universitária, 2010.
Weatherford, J..M. A história do dinheiro: do arenito ao ciberspace. 2. ed. São Paulo: Negócio Editora, 1999.

Bacharel em Administração de Empresas (UNISINOS), MBA em Gerenciamento de Projetos (FGV), MBA Internacional Gestão de Negócios e Intuição (AMF - Brasil-Itália). Mestranda em Educação pela Universidade Del Mar (Chile) - em curso, especializanda em Psicologia com endereço Ontopsicológico pela Universidade Estatal de São Petersburgo (Rússia), especialização em Gestão do Conhecimento e o Paradigma Ontopsicológico (AMF), e especializada em Neurociências Clinicas (AVM).

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