Grupo de Apoio para Funcionários Assaltados em Empresa de Transporte Coletivo no RS

Aurinez Rospide Schmitz*

Introdução
É crescente o numero de assaltos em transporte coletivo, acarretando problemas físicos e emocionais aos funcionários.

Objeto de estudo
Sintomas de ansiedade, depressão e stress entre funcionários assaltados no exercício de sua função.

Objetivo
Verificar a contribuição da realização de grupo de apoio na diminuição dos sintomas de stress, ansiedade e depressão.

Marco conceitual
Sucessivas vivências de assalto favorecem o risco de doenças emocionais(1). A presença de sintomas interfere negativamente na qualidade de vida e no desenvolvimento do trabalho destes funcionários, o que pode comprometer a sua segurança e a dos demais(2). O grupo terapêutico de apoio é uma técnica cientifica eficaz para o tratamento destes sintomas(3,4).

Método
Estudo exploratório através da realização de grupo de apoio. Os resultados dos níveis de estresse, depressão e ansiedade foram avaliados no inicio e no final do grupo de apoio através dos instrumentos ISSL – Inventário de Sintomas de Stress Lipp, BDI - O Inventário de Depressão de Beck, BAI - Inventário de Ansiedade de Beck. Amostra 7 funcionários de empresa de transporte coletivo. Critérios de inclusão: ter sofrido um ou mais assaltos durante a atividade profissional, ser motorista ou cobrador, ter interesse em participar do grupo. Grupos: 12 encontros com 1:30 min. de duração.

Resultados
Avaliação inicial: ISSL 26,57% Fase Quase exaustão, 14,28% fase alerta, os resultados foram: instrumento ISSL - 27, 42,65 % fase resistência, 14,28% não apresentam sintomas (NAS). BDI: 14,28 % grave, 26,57% moderado, 14,28% leve e 26,57% NAS. BAI – 14,28% Grave, 42,65% moderado, 42,65% NAS. Ou em alto nível de estresse (42,65% em fase de resistência), bem como com sintomas de ansiedade (em níveis entre moderado e mínimo 85,30%) e depressão (em níveis entre grave e moderado 40,85%). Avaliação final: ISSL – 42,65% resistência, 57,14% NAS; BDI 14,28% grave, 26,57% moderado, 57,14% mínimo. BAI – 26,50% grave, 14,28% leve, 57,14% mínimo.

Considerações finais
O grupo de apoio mostrou ser um método eficaz para redução do estresse Pós traumático de funcionários que vivenciaram assaltos na sua atividade profissional. Identificou-se uma redução dos sintomas de ansiedade, depressão e estresse dos participantes expressos pela completa extinção dos sintomas apresentados como também pela mudança para níveis de sintomas de menor gravidade, o que favoreceu o restabelecimento e fortalecimento do equilíbrio emocional como também, maior atuação e satisfação no desempenho da atividade profissional.

Referências bibliográficas:
Alves, Camila Renata da Silva  e Paula, Patrícia Pinto de. Violência no trabalho: possíveis relações entre assaltos e TEPT em rodoviários de uma empresa de transporte coletivo. Cad. psicol. soc. trab. [online]. 2009, vol.12, n.1, pp. 35-46. Disponível em http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S1516-37172009000100004&script=sci_arttextAcesso em 20 de abril de 2013
Battiston, M; Cruz, R. M; Hoffmann, M. H. Condições de trabalho e saúde de motoristas de transporte coletivo urbano. Estud. psicol. Natal, Natal, vol.11 n.3  Set./Dez. 2006. Disponível em<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413294X2006000300011&script=sci_arttext>Acesso em 05 de março de 2013.
Zimerman, D. E. Fundamentos básicos das grupoterapias – 2. ed- Porto Alegre, Artes Médicas Sul, 2000.
Kruel, L. R. P. Avaliar os efeitos da psicoterapia ultra-breve no transtorno de estresse agudo e no transtorno de estresse pós-traumático. Dissertação de Mestrado. Orientadora Lucia Helena Freitas Ceitlin. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Faculdade de Medicina. Programa de Pós-Graduação em Ciências Médicas: Psiquiatria. 2010 Disponíveis em http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/26133/000756979.pdf?sequence=1Acesso em 10 de abril de 2013

*Especialista em psicologia clinica e do trânsito, mestre em psiquiatria UFRGS, sócia fundadora do Ande Bem.

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