Cláudia Aparecida Avelar Ferreira, Marlon Borgonha de Oliveira, Dagmar Fátima de Abreu, Eliane Mussel da Silva, Cecilia Melo Neves Xavier, Cristiane Nascimento Lima, Fernando Madalena Volpe
Introdução
Em 70% dos países em desenvolvimento, os problemas graves associados ao tabagismo dividirão o cenário com problemas básicos de saúde (MARQUES, 2001). O objetivo do estudo foi levantar e avaliar a prevalência de tabagismo alinhado a qualidade de vida no trabalho (QVT).
Método
O estudo foi descritivo, quantitativo e de corte transversal, sobre o consumo de tabaco no hospital público, especializado em psiquiatria, MG. Os sujeitos foram todos os funcionários que estavam presentes no hospital no período de 10 a 16 de setembro de 2012. O instrumento foi um questionário com 18 perguntas contendo dados sócio demográficos e questões quanto ao fumo,se deseja parar de fumar, incômodo pela poluição tabagística e o teste Fagestrom.
Marco conceitual
O termo QVT é uma percepção subjetiva dos trabalhadores que envolvem as adversidades e as organizações devem inferir o bem estar e consequentemente a satisfação do trabalhador (SANT’ANNA et al ,2012).Uma das políticas do governo é a implementação de estratégias de combate ao tabagismo no ambiente de trabalho como forma de melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores eliminando a poluição tabagística e diminuindo a prevalência de fumantes(INCA,2011).
Resultados
A prevalência de tabagismo em 344 funcionários foi de 16,28%, ex-tabagista 24,71% e não tabagista 59,01%. Dos que abandonaram o tabagismo foi verificada a proporção de 24,8%, desses, 95% pararam de fumar por si mesmo. Dos tabagistas, 85,7% desejam parar de fumar, destes 83,7% desejam tratamento. O tempo médio de tabagismo foi de 16,3 anos (DP=11,9). O grau de dependência (n=58) foi leve (34,54%) e muito elevado (5,2%). 90% dos funcionários se declaram incomodados a poluição tabagística.
Considerações finais
De acordo com o estudo a prevalência encontrada está acima da média da população geral brasileira de 14,8% (INCA, 2011) justificando as estratégias governamentais de redução do tabagismo que a equipe de pesquisadores já iniciou com um seminário em janeiro de 2013, sensibilização utilizando cartazes do Ministério da saúde, nos próximos meses sensibilização dos fumantes e nos casos mais resistentes a oferta do tratamento medicamentoso e favorecendo a melhoria da QVT. A poluição tabagista é um fator de risco comprometedor a saúde de outros funcionários e a QVT.
Referências bibliográficas:
Sant’anna, L. L. et al. Bem estar no trabalho: relações com estilos de liderança e suporte para ascensão, promoção e salários. RAC. Rio de Janeiro. v. 16. n. 5. art. 6. set.-out./2012. p. 744-764.
Marques, et al 2001, Consenso sobre tratamento da dependência de nicotina - Revista brasileira de Psiquiatria 2001; 23(4): 200-214.
Brasil, Ministério da Saúde - Manual da executiva para implantação do programa em unidades de Saúde. Módulo Tabagismo, Instituto Nacional do Câncer- Brasil, 2011.