Meditação como Intervenção para o Manejo do Estresse em Servidores Públicos

1Áthila Campos Girão, 2Kátia Michelle Matos de Oliveira, 3Islene Victor Barbosa, 4Maria Dalva Santos Alves  

Introdução

O estresse reflete um estado de adaptação do organismo a eventos internos e externos estranhos ao contexto habitual do indivíduo, de evolução processual e dinâmica, podendo ser classificado nas fases de alerta, resistência, quase-exaustão e exaustão. No ambiente de trabalho está diretamente relacionado à diminuição na produtividade, a relações intra e interpessoais conflituosas e desagregadoras e a abstenções e licenças médicas recorrentes. Diversas modalidades de intervenções para o manejo do estresse são aplicadas e pesquisadas para a promoção da saúde neste contexto, dentre elas a meditação, definida como prática autorregulatória do corpo e da mente, baseando-se na observação do funcionamento mental e que proporciona maior foco de atenção nas atividades diárias e bem-estar e saúde em quem a pratica regularmente. Este estudo objetiva avaliar o nível de estresse em servidores públicos antes e após um programa de meditação.

Metodologia

Pesquisa de natureza exploratória e descritiva com grupo composto por um facilitador e 16 servidores de uma instituição pública estadual, todos submetidos a sessões de meditação, duas vezes por semana, durante oito semanas, totalizando vinte sessões, tendo sido utilizada a escala Inventário Sintomas de Stress para adultos de Lipp (ISSL) e sendo contemplados os aspectos éticos. Os dados foram analisados pelo Statistical Package for Social Science (SPSS) versão 17.0, extraindo as frequências absolutas e relativas na ISSL.

Resultados

Houve uma melhora nos níveis de estresse após o programa com meditação. (62,5%) das participantes terminaram o estudo sem estresse, sendo que (6,3%) passou da Fase de Resistência para sem estresse e (18,8%) migraram da Fase de Exaustão para a de Resistência. A Fase de Resistência com (37,5%) das participantes ao final retrata a cronicidade do estresse e a dificuldade em gerenciá-lo, podendo ser revertido com uma frequência regular de meditação.

Considerações finais

A meditação aplicada a trabalhadores de empresas e instituições públicas e privadas neste formato tem resultados satisfatórios sobre o estresse organizacional, principalmente por seu baixo custo de planejamento e execução.

Referências bibliográficas

CARDOSO R, SOUZA E, CAMANO L. Meditação em saúde: definição, operacionalização e técnica. In: ROSSI AM, QUICK JC, PERREWÉ PL. Stress e qualidade de vida no trabalho: o positivo e o negativo. São Paulo: Atlas, 2009. p. 163-86.
LIPP, MEN. Manual do inventário de sintomas de stress para adultos de Lipp (ISSL). 3. ed. São Paulo: Casa do psicólogo, 2005.
GIRÃO, A.C.; ERVEDOSA, G. N. Meditação: prática de saúde na promoção da qualidade de vida no trabalho. Revista Humanidades, Fortaleza, V. 26, n. 1, p. 9-20, jan/jun. 2011.
MELVILLE, G.W.; CHANG, D.; COLAGIURI, B.; MARSHALL, P.W.; CHEEMA, B.S. Fifteen minutes of chair-based yoga postures ou guided meditation in the office can  elicit  a relaxation response. Evidence-based complementary and alternative medicine (eCAM). Volume 2012, Article ID 501986, 9 pages, 2012.

1Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal do Ceará - UFC. Enfermeiro e acupunturista do Serviço Integrado de Saúde do Fórum Clóvis.
2Mestre em estatística – UFC. Servidora do Tribunal de Justiça do Ceará.
3Mestre em Enfermagem – UFC. Professora da Universidade de Fortaleza - UNIFOR e Enfermeira do Instituto Dr. José Frota.
4Doutora em Enfermagem – UFC. Professora Titular Departamento de Enfermagem/UFC.

Copyright © ISMA-BR 2001
Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial.
ISMA-BR - International Stress Management Association no Brasil
CNPJ: 03.915.909/0001-68
Rua Padre Chagas, 185 conj 1104
Moinhos de Vento
90570-080 Porto Alegre, RS
+55 51 3222-2441
stress@ismabrasil.com.br